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Exportação de cachaça brasileira tem crescimento de 53%

Levantamento do Ibrac revela que as exportações realizadas de janeiro a setembro de 2022 representam US$ 14,47 mi – praticamente o mesmo valor de 2019, período pré-pandemia

A maior parte das cachaçarias brasileiras permanece altamente concentrada na região Sudeste

Depois de sentir o sabor amargo da queda no consumo interno e externo por causa da pandemia de coronavírus, o segmento da cachaça dá sinais de recuperação – principalmente nas exportações. Segundo dados do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), de janeiro a setembro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado, o setor apresentou um crescimento de 53,87% em valores totais e de 22,08% em volume.

De acordo com o diretor-executivo do Ibrac, Carlos Lima, o valor registrado em 2022 já representa US$ 14,4 milhões – praticamente o total exportado durante 2019. No ano anterior à pandemia, o Brasil somou US$ 14,6 milhões com a exportação da bebida.

“Seguindo esse ritmo, eu acho que a gente termina 2022 com um valor de exportação superior ao que a gente tinha em 2019”, destacou o diretor, durante o lançamento do Anuário da Cachaça 2021, na última quinta-feira (13), em Brasília. O documento, que já está em sua 3ª edição, é o principal levantamento de dados oficiais do setor, realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Durante o evento, o ministro da Agricultura, Marcos Montes, disse que o Mapa tem investido no setor e trabalhado para aumentar o consumo interno e externo do produto. “Abrir o mercado da cachaça, além de ser um grande ganho do ponto de vista da geração de empregos, de financeiro, de recursos, é também uma satisfação própria colocar um produto genuinamente brasileiro lá nos mercados internacionais”, afirmou.

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Decréscimo no número de produtores

No que diz respeito ao número de estabelecimentos produtores de cachaça no Brasil, o anuário mostrou que houve uma redução de 2% no total em relação a 2020. Segundo o levantamento, em 2021 o país abrigou 936 cachaçarias registradas. Em 2020, haviam 955.

No ano passado, foram registrados 98 novos estabelecimentos e outros 117 cancelaram suas licenças, o que corresponde a uma redução líquida de 19 cachaçarias em relação a 2020.

Na avaliação do diretor do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, Glauco Bertoldo, o pequeno decréscimo indicaria estabilidade do segmento. “Levando em conta a pandemia, nós entendemos que o setor mostrou resiliência diante das dificuldades”, disse.

Apesar da redução, o número de municípios brasileiros com pelo menos uma cachaçaria registrada cresceu no ano passado. O total passou de 586 cidades, em 2020, para 611 em 2021. 

A maior parte das cachaçarias brasileiras permanece altamente concentrada na região Sudeste: 620 cachaçarias, o que representa 66,2% do total no país. Além disso, há 138 estabelecimentos no Sul (14,7% do total); 130 cachaçarias no Nordeste (13,9%); 39 no Centro-Oeste (4,2%); e nove cachaçarias na região Norte (1% das cachaçarias do país).

Seguindo a tendência observada nos anos anteriores, novamente Minas Gerais lidera em número de estabelecimentos registrados, com 353 cachaçarias, mais do que o dobro de São Paulo, que novamente aparece na segunda posição, com 143 unidades. O número de cachaçarias paulistas, por sua vez, também representa mais do que o dobro do Espírito Santo, na terceira posição, com 64 cachaçarias.

Informalidade

 Um dos maiores desafios do setor é a informalidade, de acordo com Ibrac. A estimativa é de que 89% dos produtores não estejam cadastrados no ministério. O diretor-executivo da entidade afirma que reverter esse quadro é fundamental para o desenvolvimento do segmento.

“Hoje não há nenhuma dificuldade para um produtor que é ilegal se tornar um produtor legalizado. Atualmente, é um processo que você faz todo online. Além disso, o setor, há alguns anos, tem direito ao Simples Nacional, o que faz com que pequenos e micro tenham uma carga de tributação muito menor do que era há 10 anos”, afirma.

Fonte Canal Rural

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