
A produção de peixes em bioflocos é um sistema intensivo baseado no conceito de sustentabilidade. Nele, quase não é necessário fazer a renovação da água. Pequenas partículas orgânicas colonizadas por diversas bactérias e outros microrganismos se desenvolvem naturalmente no sistema de produção. Parte dessas bactérias assimila os compostos nitrogenados, permitindo a ciclagem de nutrientes e a reutilização da água do sistema por diversos ciclos. Com isso, a técnica ainda reduz os custos com alimentação, uma vez que a biomassa microbiana resultante é riquíssima em nutrientes e os peixes se servem dela como complemento alimentar.
A pesquisa trabalhou com juvenis de tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie de peixe mais produzida no Brasil por apresentar diversas vantagens como rusticidade, rápido crescimento e qualidade da carne. Sua produção no sistema bioflocos está em expansão, pois possibilita o aumento da produção de proteína animal de alta qualidade e de forma mais sustentável. Para projetar esse tipo de sistema é necessário realizar o levantamento de diversos custos, e a perspectiva de retorno pode auxiliar na tomada de decisões. No entanto, ainda faltavam informações sobre a análise econômica e financeira do sistema bioflocos e comparações com o modelo tradicional em viveiros no Brasil, e o trabalho de Bezerra procurou atender parte dessa demanda.
A produção de tilápia em sistema bioflocos consegue reduzir fortemente o consumo hídrico ao demandar entre 50 e 100 litros de água por quilo de carne produzido. Os sistemas convencionais chegam usar 35 mil litros para produzir a mesma quantidade.
A técnica apresentou viabilidade econômica mesmo com o investimento em uma estufa, equipamento que é dispensável em regiões quentes do País.
Ao prover alternativas proteicas para alimentar os peixes, sistema economiza nos custos com alimentação.
Sistema permite instalação modular e ocupa menos espaço, possibilitando maior proximidade de centros consumidores.
A produção nesse sistema reduz impacto ambiental causado pelo despejo de efluentes.
Apresenta mais biossegurança, pois minimiza a entrada e a saída de possíveis agentes patogênicos ao dificultar o escape acidental dos animais.
Foto: Gabriel Pupo Nogueira
Fonte: Embrapa
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