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Comitiva de boiadeiros em Pantanal /MS

Os boiadeiros se preparam para levar o gado para os leilões em comitivas. São os jovens que enfrentam o sol forte e a poeira tocam o gado para um funil, a entrada dos animais para o brete. Em um local mais agradável e coberto, os peões mais experientes, que marcam os animais aparando o pelo do rabo, para identifica qual passou pelo brete. A partir daí os animais são dividos em refugo, bezerros mamando, terneiro macho e fêmea, bezerros desmamados com aproximadamente 09 meses; Vaca solteira e vaca parida. As bezerras Fêmeas de melhor qualidade vão ser conduzidas novamente para a fazenda para reprodução. Para o leilão vão apenas as fêmeas menos apuradas e os machos.

Não há facilidade de fazer comercio no Sul do Pantanal porque os caminhões não chegam até o local. Por isso, o rebanho só consegue sair da fazenda andando. Os pecuaristas dependem muito das comitivas para poderem levar o seu gado até o local de leilão. Não existe outra forma de realizar este trabalho, desde sempre foi assim. É um trabalho que requer muita responsabilidade.

No cotidiano, os boiadeiros costumam acordar antes de o sol nascer. Desfazem o acampamento, retiram redes e mosquiteiros, que são guardados em seus dobros (malas). Encilham a tropa e então partem para apanhar o gado. Só irão parar quando estiverem no ponto de almoço e então, partem para nova jornada, que segue até o ponto onde irão pousar. E é enquanto tomam o mate ao amanhecer, em volta do fogo, ou o tereré na marcha da boiada, que costumam contar alguma anedota, emprestando termos de seu trabalho. O que parece ser a maior diversão do boiadeiro é cartiá, “contá vantagem, coisa duvidosa”.    

O gado macho que vai para leilão, sai em comitiva, e são centenas deles que vão se deslocar para longas distâncias da planície pantaneira e em muitos dias.

Uma comitiva requer muitos cuidados e paciência com o gado, que acostumado ao seu habitat, desconhece os caminhos a serem percorridos até chegarem ao seu destino.

O gado segue pelo imenso caminho do mato, passando dentro dos rios em um movimento todo peculiar desta grande engrenagem.

Quem vive nesta lida, sabe o quanto são brutas as dificuldades, mas seguem em frente, pois muitos só têm essa alternativa para levar o sustento da família. São inúmeros dias tocando a boiada, algumas demorado até meses, dependendo do lugar, atravessando fazendas e vivendo a toda sorte.

Comitivas Pantaneiras como atrativo turístico

O Mato Grosso do Sul sempre esteve ligado à pecuária e manejo do gado, principalmente porque o ciclo das águas define o movimento da vida na região. Na comitiva o gado é levado até as partes mais altas do Pantanal para que possa sobreviver às épocas de cheias.

Com o vai e vem das águas, o homem do Pantanal criou as comitivas para transportar os bois em períodos de cheia e também de estiagem.

Desde os primórdios, os peões a cavalo se dividem e vão guiando a boiada, passando por estradas e fazendas até chegar ao destino. O transporte segue exclusivamente a pé até hoje em algumas fazendas, onde os veículos não conseguem acessar, mantendo vivos a tradição e os costumes sul-mato-grossenses.

Por percorrerem áreas sem acesso a restaurantes, um dos homens se responsabilizava pelas refeições: o chamado “cozinheiro da comitiva”, que vai na frente abrindo caminho para montar o acampamento e esperar o grupo com os sabores regionais.

O cozinheiro sai mais cedo que os demais integrantes para montar o acampamento. Um dos pratos típicos servidos, o macarrão de comitiva ou macarrão pantaneiro é uma variação do arroz carreteiro e leva carne-de-sol.

A comida é feita no fogo de chão (chamado de “trempe”), com temperos como cebola, alho, óleo e sal. Ao lado do fogo, dispõe-se as bruacas, caixas em couro de boi usadas para armazenar a comida e os utensílios para cozinhar. O cardápio de uma comitiva tem comidas fáceis de transportar e preparar, como arroz carreteiro, feijão gordo, mandioca, charque e o macarrão de comitiva.

E esse é um passeio que pode ser feito em grupo ou em família, em uma experiência que proporciona a vivência da lida do homem pantaneiro, interagindo com uma comitiva de verdade.

As comitivas pantaneiras oferecem aos participantes um passeio inesquecível em total sintonia com a natureza em pleno Pantanal brasileiro, pois valoriza a tradição e o modo de vida simples do homem, além da culinária típica da região.

Toda a logística, segurança e estruturas necessárias são muito bem planejadas para que o turista tenha o máximo de suporte e conforto durante a vivência na comitiva.

Consulte e saiba qual a comitiva se enquadra com o seu perfil e o de sua família, e viva todas as emoções e sensações de um peão boiadeiro.

Extraída e transcrita do vídeo Globo Rural por Denise Oliveira Guilherme / Bonito Way agencia turismo,

Foto: Renato Zaar

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