
O som da sanfona é mágico. Quando os acordes do sanfoneiro ecoam já temos a sensação de que o nosso corpo não quer ficar parado. É comumente representada pelo povo nordestino que domina com uma qualidade bem peculiar este extraordinário instrumento.
Qualquer que seja a ocasião, nas grandes festas de época ou em um simples arrasta-pé, a sanfona aparece como destaque.
Se junto com um triangulo ou uma zabumba então, nos sentimos em pleno nordeste.
Contam os registros históricos que o aparecimento de um instrumento na China, chamado cheng, 2.700 anos antes de Cristo, foi o precursor da sanfona. Mas foi na Europa, especialmente na Itália, a partir do século 17, que ela se amodernou, passando por várias mudanças até ficar nos padrões que temos hoje.
No Brasil, a história da sanfona se mistura com a cultura da nossa música popular em muitos lugares. Seu tributo foi pelas mãos gigantes de músicos de nosso país, desde a gaita de Renato Borghetti aos memoráveis Mário Zan, Sivuca, Hermeto Pascoal, Dominguinhos e Luiz Gonzaga. A mestria desses grandes nomes, têm grande influência para muita gente que não tem destaque nas paradas musicais.
Os músicos veteranos dizem que para uma pessoa tocar sanfona, são necessários no mínimo, oito meses de muito empenho. Porém, para passar de tocador a sanfoneiro, desses que arrebentam na animação dos bailes e forró no Nordeste, é necessário mais de ano e, com certeza, o talento nessa hora conta demais.
A sanfona é composta basicamente por três partes: o teclado, responsável pela melodia das músicas; O fole, que no movimento de abre e fecha do braço puxa e sopra o ar para a saída das notas; E o baixo, com o som mais grave, que faz a marcação nas composições.
Por dentro, a sanfona é muito mais complexa. É na marcenaria que ela começa a ganhar forma, porém, é um mecanismo complicado, por ser um instrumento, praticamente, todo artesanal. A afinação deste instrumento requer um ouvido extremamente preciso.
Especialistas no assunto dizem que para afinar o instrumento leva uns cinco dias, três dias para o teclado e dois dias para o baixo.
Um instrumento bem afinado nas mãos de um maestro como Edgar Miguel só pode dar boa música. Respeitado no meio artístico, o maestro também é professor e estudioso no assunto.
A sanfona é o instrumento principal do grande impulso dado a cultura popular nordestina. Ela reserva talentos indiscutíveis e inesquecíveis, que leva para a história ícones como Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Pito do Acordeon, entre outros que deixam registrados na nossa história sua identidade.
E essa cultura, vem se mantendo com pessoas de todas as idades. Tocar esse instrumento, que é um dos símbolos do nordeste brasileiro, reafirma o marco de músicas como, por exemplo, o “hino” Asa Branca. Porém, temos outras músicas tão importantes quanto, e que se tornaram grandes sucessos pelo Brasil afora.
Por Denise de Oliveira Guilherme




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