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Diferenciais da aplicação zero ainda no estádio vegetativo da soja

Saiba como a aplicação zero pode contribuir para o máximo potencial produtivo da lavoura, protegendo as plantas das doenças já nas fases iniciais

Com o início de uma nova safra, alguns desafios precisam ser superados ao longo do ciclo da cultura para obter o máximo em produtividade. Um deles é o complexo de doenças, que pode acabar com o potencial produtivo causando muitos prejuízos ao produtor.

Doenças como a ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) são agressivas e podem causar até 80% de perdas se o manejo não for realizado corretamente, resultando em grandes prejuízos na rentabilidade dos grãos.

Vale ressaltar que é um risco muito grande não realizar o manejo de doenças, visto que o Brasil tem se destacado na produção da oleaginosa ao longo dos anos, sendo hoje considerado o maior produtor e exportador de soja do mundo.

Mesmo com problemas de estiagem no Rio Grande do Sul, a safra 2021/22 fechou o ciclo com 124.047,8 mil toneladas, de acordo com o 10º levantamento da safra de grãos divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), um número extremamente significativo frente a outros países produtores de soja.

Para a safra que está começando, o relatório de julho do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) projetou uma safra mundial de soja em 2022/23 de 391,4 milhões de toneladas, indicando o Brasil como produtor de 149 milhões de toneladas.

Por isso, para iniciar a lavoura com o pé direito, é necessário pensar nas estratégias de manejo desde o estádio vegetativo, realizando a prevenção de doenças antes que elas acometam as plantas. Uma dessas práticas é a aplicação zero, uma estratégia de manejo que consiste na aplicação de fungicida no período entre V3 e V4.

Principais doenças controladas na aplicação zero

A soja é a cultura de maior importância do Brasil e as doenças podem provocar sérias perdas em produtividade, impactando a rentabilidade da lavoura. São mais de 40 doenças registradas no país, sendo que algumas têm maior incidência nos estádios iniciais.

Por isso, é importante saber quais são essas doenças e como identificá-las no campo:

Cercosporiose ou Crestamento foliar de cercospora (Cercospora kikuchii): é uma doença caracterizada por manchas escuras retangulares e irregulares que ocasionam o crestamento das folhas, resultando na desfolha da lavoura. Isso pode afetar a qualidade dos grãos, diminuindo o seu peso. Embora os sintomas ocorram mais no final do ciclo da cultura, a infecção do patógeno ocorre nos estádios iniciais, muitas vezes ainda no vegetativo.

Cercosporiose ou Crestamento foliar de cercospora

Septoriose (Septoria glycines): conhecida por ser uma das primeiras doenças a serem identificadas nos campos de cultivo, é também chamada de mancha-parda e acomete a lavoura de soja logo no estádio vegetativo, intensificando os danos no início do período de formação das vagens.

Septoriose

Oídio (Microsphaera diffusa): o patógeno pode se desenvolver em todas as partes da soja, ou seja, em folhas, hastes, pecíolos e vagens, formando uma camada esbranquiçada que cobre a superfície da planta, diminuindo a sua taxa fotossintética.

Oídio

Para o controle do complexo de doenças, é importante que o produtor coloque em prática um manejo consciente e sustentável, para o controle de doenças da soja a partir de boas práticas agrícolas associadas a diferentes medidas de prevenção, como a aplicação zero.

O manejo no início do ciclo é de extrema importância para que a proteção da sanidade da lavoura comece o mais rápido possível, visto que os patógenos podem sobreviver na palhada e nos restos dos cultivos anteriores, estando presentes no momento da instalação da cultura.

Aplicação zero: conheça 5 benefícios para começar a lavoura com o pé direito

Para iniciar a prevenção de doenças na soja, como dito, a aplicação zero é uma das estratégias eficientes para o bom manejo da lavoura. Essa prática consiste na aplicação do fungicida entre 25 e 30 dias após a emergência da soja, coincidindo com os estádios V3 e V4 da cultura.

É importante ressaltar que, neste estádio, a cultura está mais suscetível ao ataque de patógenos devido ao limite residual do Tratamento de Sementes. Com isso, essa primeira aplicação após a emergência das plantas proporciona a proteção necessária contra as manchas foliares características desse período.

Confira abaixo 5 benefícios da aplicação zero na soja:

Obtenção de altos tetos produtivos: o desenvolvimento de doenças nos estádios iniciais pode provocar a redução da eficiência fotossintética das plantas. Ao proteger a lavoura, o produtor dá condições da cultura atingir o máximo potencial produtivo.

Sanidade das plantas: ao realizar a aplicação zero, as folhas do baixeiro ficam protegidas, local onde começa o ataque de patógenos.

Amplo espectro de controle: de acordo com a escolha do fungicida, o controle pode ser efetivo não somente para o complexo de manchas, mas também contra doenças como ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi).

Diminuição da pressão de doenças: a proteção inicial das plantas contribui para a diminuição da pressão de doenças ao longo do ciclo da cultura, pela proteção total das folhas das plantas quando os fungicidas são aplicados no vegetativo.

Proteção de folhas do baixeiro: com isso, o processo fotossintético das plantas apresenta uma melhora, sem a pressão de doenças e um consequente aumento de produtividade.

Vale ressaltar que a aplicação zero não pode ser confundida com a primeira aplicação de fungicidas na lavoura, que é realizada no pré-fechamento das entrelinhas.

Fonte Syngenta Brasil

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