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Hortas urbanas: o que elas representam para a cidade

Os projetos visam sustentabilidade, além de ajudarem centenas de famílias ao redor do mundo

Manguinhos (RJ) abriga maior horta comunitária da América Latina

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a fome extrema atinge cerca de 200 milhões de pessoas no mundo. Pensando nisso, a instituição considera a agricultura urbana como principal estratégia para a segurança alimentar e também para o combate às mudanças climáticas. Uma das principais iniciativas ligadas à prática em cidades são as hortas urbanas e comunitárias, que surgem como uma atividade sustentável e cheia de benefícios não só para quem consome os alimentos ali cultivados, mas para todo o entorno e seus moradores.

Isso acontece, pois além do fácil acesso a alimentos livre de agrotóxicos, esses espaços melhoram a qualidade do ar, reduzem as ilhas de calor, diminuem a probabilidade de inundações, aumentam a qualidade de vida dos moradores vizinhos e criam mais interação entre eles, propondo uma verdadeira vida em comunidade.

A Horta de Manguinhos, localizada na zona norte do Rio de Janeiro, é a maior horta urbana da América Latina, e produz cerca de 2 toneladas de alimentos orgânicos por mês, alimentando mais de 800 famílias que adquirem as hortaliças de graça.

A iniciativa é parte do projeto Hortas Cariocas, criado pela prefeitura do Rio e que financia a iniciativa pagando uma bolsa-auxílio para os trabalhadores que se dedicam ao cuidado do espaço, além de fornecerem sementes, ferramentas, equipamentos em geral e fertilizantes orgânicos. Vale destacar que desde 2013, a Horta de Manguinhos ocupa o terreno que antes abrigava uma Cracolândia.

Ocupando um espaço equivalente a quatro campos de futebol, os moradores encontram batata-doce, quiabo e outras hortaliças cultivadas por um time de 21 moradores.

Horta comunitária do Dirceu (Foto: divulgação)

Na capital do Piauí, 27 hectares de área contínua garantem renda para 418 famílias que se beneficiam com a diversidade da Horta Comunitária do Dirceu. Tem alface, coentro, cebolinha, pimentão e até plantas medicinais como mastruz, erva cidreira, hortelã, entre outras.

A horta, além de transformar a paisagem urbana, garantir a renda e alimento para diversas pessoas, tem o propósito de fortalecer os laços e a sensação de coletividade dos moradores da região. A prefeitura promove ações voltadas à interação social e sustentabilidade, buscando fomentar a economia informal da Zona Sudeste da capital.

Além disso, em 2017, o projeto urbanístico da Horta do Dirceu recebeu o prêmio internacional Cidade Para Pessoas, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na categoria mobilidade sustentável. Desde então, a prefeitura promete investir mais de 11 milhões de reais na execução de uma obra que valorizará toda a estrutura e entornos da horta.

O Rooftop verde da Brooklyn Grange (Foto: Reprodução )

Muito famosa entre os nova-iorquinos, a Brooklyn Grange é a maior fazenda urbana do mundo, construída no rooftop de dois edifícios nos bairros Brooklyn e Queens. Com mais de 10 mil metros quadrados, é um exemplo de urbanização em meio a uma cidade repleta de concreto e arranha-céus. Por ano, os agricultores produzem cerca de 22 toneladas de alimentos saudáveis e sem agrotóxicos.

Fundada em 2010, a instituição também promove eventos e programas sobre sustentabilidade, criando uma rede comunitária que apoia o local. A diversidade de alimentos verdes cultivadas ali é vendida para mercados da região, e cerca de 30% do plantio é distribuído para comunidades carentes da cidade.

Projeto da Value Farm, na China (Foto: divulgação)

Autossuficiente, o projeto do arquiteto Thomas Chung aproveitou a estrutura de uma antiga fábrica de vidros para construir uma horta urbana. Localizada na China, a obra utilizou os 2.100 metros quadrados até então inutilizados para transformar a paisagem urbana e unir arquitetura e agricultura.

A ideia de Chung foi transformá-lo em um “oásis verde acima do caos urbano”, onde boa parte da construção original foi reutilizada. A área é dividida em diversos pequenos terrenos feitos de tijolos que permitem diferentes alturas em cada um.

Ademais, o projeto também possui uma lagoa natural e utiliza água subterrânea para a irrigação. É um espaço para integração da comunidade por meio do cultivo e do intercâmbio comunitário.

Fonte: Casa Vogue

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