Os tropeiros no Brasil Colonial foram responsáveis pela fundação de muitas vilas e cidades.

Os tropeiros eram condutores de tropas de cavalo ou mulas, que atravessavam extensas áreas transportando gado e mercadorias. Os percursos podiam durar várias semanas e envolvendo regiões do Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil. Essa atividade existiu desde o século 17 até início do século 20.
Os tropeiros foram assim chamados por conduzirem as tropas de animais pelas tantas rotas que ligavam cidades próximas ou distantes. As caravanas que percorriam a região sudeste, entre Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e arredores, eram chamadas de tropas cargueiras.
Além das mulas, a mercadoria mais valorizada na época, os tropeiros (proprietários e/ou condutores de tropas) transportavam também gêneros alimentícios, produtos manufaturados, inclusive os importados da Europa, e também faziam intercâmbio de informações.
Viajam dentro de um mesmo município ou entre cidades próximas, mas se sujeitam às mesmas condições inóspitas do passado: acordam antes do sol surgir, dormem ao relento, mesmo sob frio e chuva, enrolados apenas no pelego e no pala em meio à imensidão escura dos pampa.
No Brasil Colonial, principalmente nos séculos XVII e XVIII, os tropeiros tinham uma grande importância econômica. Estes condutores de mulas eram também comerciantes.
Como a região das minas estava, no século XVIII, muito voltada para a extração de ouro, a produção destes alimentos era muito baixa. Para suprir estas necessidades, os tropeiros vendiam estes alimentos na região.

Os tropeiros também foram muito importantes na abertura de estradas e fundação de vilas e cidades. No Estado do Paraná encontra condições privilegiadas desta atividade, este caminho ficou conhecido como Rota dos Tropeiros, incluindo estas outras cidades que faz parte desta Rota: Arapoti, Balsa Nova, Campo do Tenente, Campo Largo, Carambeí, Castro, Jaguaríaiva, Lapa, Palmeira, Porto Amazonas, Rio Negro, Sengé. Muitos entrepostos e feiras comerciais criados por tropeiros deram origem a pequenas vilas e, futuramente essas cidades.
A comida típica dos tropeiros, que levavam para comer no caminho era o feijão, o arroz, a carne-seca e o toucinho. Depois vinham os acompanhamentos, como as farinhas de milho e de mandioca, o sal, o alho, o açúcar e o pó-de-café.
Basicamente o traje de um tropeiro era composto por um grande chapéu de feltro marrom ou cinza, a camisa acompanhava a cor do chapéu e era feita de um tecido muito resistente. Ainda fazia parte do traje uma capa, ou manta, que ficava sobre os ombros e tinha a finalidade de proteger do frio.
Os tropeiros faziam o comércio de animais (mulas e cavalos) entre as regiões sul e sudeste. Comercializavam também alimentos, principalmente o charque (carne seca) do Sul para o sudeste. Transportavam uma grande variedade de mercadorias como açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, manteiga, biscoito, passas, noz, farinha, gengibre, sabão, fruta seca, chouriço, salame, tecido, alfaias, marmelada, coco, algodão, sal, vidro para janela.
O tropeiro deveria ser capaz de resolver inúmeros problemas durante a viagem. As longas jornadas exigiam que ele fosse médico, soldado, artesão, caçador, pescador, cozinheiro, veterinário, negociante, mensageiro e agricultor. Tantos ofícios exigiam um arsenal variado de instrumentos e ferramentas.
1. Freme: espécie de canivete-suíço dos tropeiros. Suas lâminas e pontas eram usadas principalmente para “sangrar” cavalos e burros.
2. Puxavante: instrumento de ferro usado para aparar o casco do animal antes de receber a ferradura. O tipo mais antigo tinha este formato de foice; os mais recentes são semelhantes a pás.
3. Pito: instrumento de ferro usado para apertar o focinho do burro. Usado no animal a ser ferrado, especialmente se fosse bravo ou inquieta.
4. Holofote: lanterna do tropeiro, composta de um gomo de taquara ou bambu, cheio de querosene e com uma torcida de pano velho de algodão.
5. Ciculateira: cafeteira. Também era conhecida como chocolateira ou ainda esculateira.
6. Relho: chicote para animais usado ainda hoje no interior de Minas Gerais.
Fonte: Pesquisa em sites por Denise de Oliveira Guilherme
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