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Fogão a Lenha na cozinha caipira

Refeição preparada em panela de ferro e fogão a lenha

Quem teve o privilégio de comer as saborosas comidas do Fogão a lenha na fazenda, sitio ou na casa simples e aconchegante dos nossos avós… Estou falando de uma geração um pouco mais antiga, apesar de saber que ainda muita gente conserva as tradições familiares e mantêm em suas propriedades o fogão a lenha.

Representante da cozinha caipira, o fogão à lenha faz parte dos costumes mais antigos dos utensílios de cozinha.

Na sua história, conta ser um artefato que regressa aos tempos passados, quando o homem começou a dominar o fogo e deixou de ser nômade.

O nome primitivo dado pelos índios Timbiras e Tupi-Guaranis ao fogão a lenha que utilizavam, era Tucuruba. Nos primeiros fogões, o fogo era feito em um buraco construído diretamente no chão, protegido por algumas pedras. Sobre essas pedras se assentavam as vasilhas de barro e cerâmica. Com o passar do tempo, esse fogão foi sendo modificado e, pelo sabor singular que deixa no alimento, passou também a ganhar espaço nas cozinhas das casas dos bandeirantes

Os anos se passaram e o homem foi criando outras maneiras de fazer com que o ofício de cozinhar se tornasse mais simples; aperfeiçoou o lugar de cozinhá-los. Sendo assim, foi criado o fogão de barro; em sequência o de pedras, tijolos, metal, até alcançar os padrões atuais, que são mais modernos, movidos a gás ou eletricidade.

Para se ter o equipamento que utilizamos hoje em dia, muitas mudanças ocorreram ao longo dos anos, seja na fabricação do fogão ou no formato das moradias.

Nas senzalas, onde os escravos habitavam, tinha as grandes fornalhas onde se realizava o cozimento dos alimentos dos escravos. Idealizado para um lugar amplo, o fogão a lenha era um utensílio para se cozinhar para as famílias que tinham mais posses.

O fogão a lenha foi aliado fiel das escravas ou das mulheres que eram responsáveis pela alimentação das famílias, por muitos séculos.

Sempre foi o responsável por esquentar a água para as pessoas tomarem banhos de bacia; e posteriormente para colocação da água em baldes, que faziam o papel de chuveiro.

Na roça sempre foi comum preparar o angu, a mandioca, ferver o leite e fazer a fritura de todas as carnes para conservação em latas, submersas em gordura, pois dessa forma que guardava os alimentos para não estragarem, devido à falta da geladeira.

Atualmente o fogão a lenha é encontrado em vários locais que têm o turismo rural como atração e fonte de renda e tem reconquistado seu valor. Mas por muito tempo ele era apenas um objeto de decoração ou considerado como algo que não tinha importância, significando algo caipira, sem valor e que remetia à roça.

As pessoas nascidas e criadas na roça sabem do valor e da grande utilidade que o fogão a lenha tem para as famílias e o como foi responsável por várias funções.

Do aroma da lenha queimando e do cheiro gostoso que sai das panelas, se vislumbra um cenário que, mesmo para quem nunca morou em sítio ou fazenda, faz sentir aquele ar de nostalgia. Antigamente, as famílias se reuniam ao redor do fogão para comer, mas também tinha a função de aquecer as casas em tempos frios.

O café fresquinho passado na hora vira motivo para desfrutar uma boa conversa ao redor da mesa, seja na casa da avó ou em qualquer lugar onde as nossas melhores memórias possam vislumbrar momentos tão especiais.

Por Denise de Oliveira Guilherme

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