
Propriedades rurais no Brasil começam a operar no sistema e já é possível mensurar os benefícios do projeto à saúde dos animais, ao solo, ao negócio dos produtores e à qualidade dos produtos
Projeto Flora de agropecuária regenerativa para vacas leiteiras
Há dois anos, a Danone, multinacional de origem francesa, começou a implantar o Projeto Flora de agropecuária regenerativa para vacas leiteiras. A empresa vai colocar no campo R$ 11 bilhões nos próximos três anos em todo o mundo, e o Brasil está na agenda.
Algumas propriedades em Minas Gerais já passam por reestruturação para operar junto ao sistema. E os primeiros animais que fazem parte do projeto começaram a usufruir do manejo livre, ficando soltos no pasto na fazenda Gordura, localizada em Guaranésia (MG), a 400 quilômetros de Belo Horizonte. O município está próximo á divisa com o Estado de São Paulo.
Com a chegada dos animais, a fazenda Gordura se torna a primeira escola-modelo de agricultura regenerativa na produção de leite, administrada por uma empresa de alimentos e bebidas no país. Segundo a Danone, o objetivo é aumentar o interesse dos produtores por uma atuação mais sustentável e consolidar parcerias com, ao menos, 40 fazendeiros até 2023. Para isso, a Danone irá investir cerca de R$ 1 milhão, por ano, em capacitação e assistência técnica aos produtores de leite e profissionais ligados ao projeto.
Em todo o mundo, a empresa anunciou para os próximos três anos investimentos de € 2 bilhões (R$ 11 bilhões na cotação atual) ‚ para promover sistemas que mitiguem metade das emissões de gases de efeito estufa em sua cadeia de valor.
Projeto de sustentabilidade com inúmeros benefícios
“Já temos uma fazenda produzindo leite no sistema IPF (Integração Pecuária Floresta), e outras duas em fase de implementação do projeto. Começamos na fazenda Gordura, onde já vínhamos atuando de forma sustentável e realizamos os primeiros estudos e a estratégia para desenvolver o Flora com o apoio de empresas alinhadas ao nosso propósito – a MSD Saúde Animal, o IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas) e a Fuzil, empresa de insumos agrícolas”, diz Henrique Borges, diretor de compras de Leite e Ingredientes Lácteos da Danone Brasil. “É muito gratificante chegar no estágio atual que nos encontramos, no qual poderemos, finalmente, mensurar os benefícios do projeto à saúde dos animais, ao solo, ao negócio dos produtores e à qualidade dos produtos.”
No sistema IPF, os animais podem aumentar a produção de leite entre 17% e 24% em pastagem, prevenindo também doenças e problemas de saúde. Para esse monitoramento, a Danone tem uma parceria com a farmacêutica MSD Saúde Animal.
Além de ser benéfico ao meio ambiente, o modelo de produção de leite em sistema regenerativo leva uma série de vantagens aos produtores, como o aumento da oferta de pastagem para os animais – gerado pela resiliência climática causada pelas árvores –, disponibilidade de alimento para o gado na própria fazenda e em todos os períodos do ano, aumento da qualidade da pastagem, redução no volume de alimento consumido pelos animais, adubação homogênea e gratuita da pastagem por meio do manejo do esterco em piquetes rotacionados, menor gasto de água e menor frequência de reforma do pasto.
Para a natureza, as pesquisas do projeto apontam benefícios como redução de erosões no solo, aumento da ciclagem dos nutrientes e da água, aumento do estoque de carbono, aumento da diversidade de micro e macro organismos, conforto térmico e liberdade para os animais, além de monitoramento constante da saúde. “Assim como em toda nossa operação, a produção do leite também é guiada por nossa visão Danone, One Planet. One Health, gerando impactos positivos para parceiros, animais, meio ambiente e consumidores”, afirma Cibele Zanotta, diretora de sustentabilidade e assuntos corporativos da Danone Brasil.
“Acreditamos que a capacitação e a parceria entre diversos agentes do setor, sejam poderosos catalisadores de mudanças fundamentais para a saúde das pessoas e do planeta”, diz. E complementa: “A meta da empresa é levar o modelo escola em operação de integração pecuária-floresta para cerca de 190 hectares até 2023.”
Fonte: Redação MAB com informações da Forbes
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